quarta-feira, 1 de junho de 2022

Isabelle Drummond e o fim do estigma da "Maldição da Emília"

Quando Isabelle Drummond foi anunciada como a Emília do remake do Sítio do Picapau Amarelo em 2001, dúvidas sobre seu desempenho surgiram de todos os lugares, o que os críticos não esperavam era que o final dessa história séria totalmente ao contrário do que tentaram prever. 



Quando Isabelle brincava de fazer comercial, talvez a mãe Dammir não tivesse conseguido prever o destino de sua filha na televisão. A espontâneadade da menina fez com que pessoas ao redor percebessem que havia algo de especial nela e resultou na inscrição de Isabelle em uma agência.

Não demorou para se destacar em trabalhos na Tv e Cinema quando ao fazer um teste para o remake do "Sítio do Picapau Amarelo" para o papel de Narizinho fez com que Roberto Talma não pensasse duas vezes em definir ela como a nova Emília do seriado. É importante lembrar que antes de Isabelle, apenas uma criança havia interpretado a Emília e tinha sido em 1951 no longa mentragem "O Saci" com direção de Rodolfo Nanni em que a boneca de pano foi interpretada por Olga Maria. 

Com o sucesso do Sítio do Picapau Amarelo na TV, a personagem ficou imortalizada por atrizes adultas, como Lúcia Lambertini que ficou por mais de 10 anos atuando como a boneca, e também a última dos anos 80 Suzana Abranches. 

Isso fez com que não só a mídia criticasse a escolha de uma criança para o papel como também a primeira atriz a viver a boneca na adaptação da Rede Globo, Dirce Migliaccio que disse acreditar que Isabelle não saberia vivenciar a dimensão do personagem. Outra figura importante na história do seriado, Tatiana Belinky que adaptou a primeira versão da obra de Lobato para a Televisão na década de 50 também se pronunciou contra a idéia.
O que eles não esperavam era que Isabelle não havia sido escolhida por acaso e provou para o que veio. 

Tudo bem que nos primeiros episódios as vezes mal da para entender o que ela está falando, o que podemos considerar pela idade que ela tinha na época, mas sua evolução se mostrou gritante quando ao decorrer do seriado ela desenvolve o personagem até de olhos fechados.

Isabelle era muito querida pela equipe, quando começou com a direção de Márcio Trigo o seriado claramente tinha ares mais leves e todos relatam como Isabelle era cheia de energia e imperativa assim como muitas crianças. 

Em entrevista a um canal no YouTube, a diretora Cininha de Paula que sucedeu a direção de Márcio disse que foi responsável por dar um basta no gênio forte de Isabelle, mas o que aparenta ser mais óbvio é o fato de que ela cresceu e amadureceu, sendo esse um processo natural de qualquer criança.

Para quem estava destinada a não dar certo como a personagem por ser criança, Isabelle durou até muito como Emília e permaneceu no programa de 2001 a 2006, mas se engana quem pensa que foi por vontade própria, já que desde 2004 ela já vinha pensado em sair e respirar novos ares.

Em 2006, seu último ano no seriado com Isabelle já com 12 anos e pela primeira vez desde a estreia com novo figurino fixo abandonando o vermelho e amarelo, é possível ver uma atuação já cansada ou um esforço para estar ali, o que não significa que ela fez não lindamente.

Sair do seriado poderia ser algo positivo, mas existia-se um estigma de que fazer a personagem Emília trazia uma espécie de maldição. Não entendeu né? Vou explicar.

A primeira atriz a viver a Emilia na Televisão, Lúcia Lambertini, não conseguiu outro papel tão marcante quanto a da boneca mesmo sendo uma excelente atriz. A mesma tinha um bar e se vestia de Emília para atrair o público.

Outra que teve problemas com a personagem foi Dirce Migliaccio que precisou passar um ano fora do país para de desprender da personagem. 

O mesmo ocorreu com sua substituta na seriado em 1978, Reny de Oliveira que deu declarações sobre a personagem ter destruído sua carreira abandonando tudo no Brasil e indo viver no exterior.

 Além dessa lenda que assombrava a atriz na época, ela acabou perdendo o pai, além de estar amadurecendo. Por tanto, tendo esse currículo extenso de problemas com as interpretes da personagem Emulia,  o mesmo esperavam de Isabelle que quebrou essa crença e protagonizou diversas novelas estando em alta na mídia até hoje. 

É interessante como Isabelle se parece muito com ela mesma e como ela ser reservada fez bem para sua carreira, mesmo assim as pessoas insistem e desrespeitar suas escolhas e constantemente tentam forçar a barra para envolve-la em polêmicas.

Se lembram que eu disse que algumas pessoas torceram nariz para a Isabelle quando anunciada como Emília? Em entrevista aqui para o canal, a atriz Zodja Pereira que viveu a boneca em 1968 na Bandeirantes disse que para ela de todas, Isabelle foi a que verdadeiramente encarnou o espírito de Lobato. Uma Emília reconhecendo a outra, fofo né?

E para você, qual sua opinião sobre a passagem de Isabelle no seriado? Deixa aqui nos comentários, e não se esqueça de deixar seu like, se inscrever o canal e ativar as notificações para não perder nada do Memórias do Picapau Amarelo. 


Texto: Luís Henrique

Lidia Rosenberg, a primeira Narizinho da Tv

Lidia Rosenberg antes de ser escritora e atuar na psicologia foi Narizinho. Isso mesmo, a autora dos livros “O Anel Que Tu Me Deste”; “O Casamento no Divã” e “Tesouros da Juventude” foi Narizinho no Sítio do Picapau Amarelo na TV TUPI na estreia do programa na Televisão.


Lidia estreou a personagem na TV e tem uma história muito da interessante com Monteiro Lobato, o criador do Sítio em que os dois estiveram cara a cara e fez com que essa fosse uma dos fatores a levar Lidia se tornar Narizinho. 

Além disso, Lidia seria a primeira Narizinho do cinema também, isso ocorreria no filme "O Saci" de 1952 de Rodolfo Nanni. Essas e outras histórias você confere no depoimento completo que ela cedeu para a página com exclusividade. 

Confira abaixo: