terça-feira, 27 de agosto de 2019

Tudo sobre a tempora de 2005 do Sítio do Picapau Amarelo

Sabia que a temporada de 2005 nada teria a ver com a história de Cléo e João da Luz? Pois é, na verdade seria muito diferente, e passa longe do que acabou se tornando (Ufa!), hoje considerada como uma das melhores temporadas da trama, pela história e envolvimento, a temporada de 2005 passa despercebida pelos amantes da antiga versão, mas trás boas lembranças para quem acompanhou na época, e para quem acompanha hoje. Vamos relembrar então? 


Pela primeira vez o Sítio saia de sua zona de conforto, e se tornava agora uma novelinha, abandonando o formato episódios. Novidade deveria ser o nome da nova temporada, pois foi o que não faltou neste ano, falando em nome, a novela teve como subtítulo O preço do amor verdadeiro, forte né não?  

Neste ano, contamos com novos personagens, entre ele tivemos a maior novidade da trama: A nova boneca da Narizinho, a Patty Pop.  Há quem torça o nariz para personagem, pelo fato de ser a antagonista de Emília no seriado. A boneca é dada pela Coronel Teodorico, é super hiper mega patricinha e moderna, a responsável pela música trilha da boneca de plástico ficou por conta de Wanessa Camargo. 

Cléo e João da Luz são outros novos personagens da trama, diferente da Patty Pop que foi inclusa no mundo de Lobato, Cléo e João foram inspirados em personagens avulsos dos livros. Cléo aparece no livro Caçadas de Pedrinho, e assim como é mostrada na temporada, Cléo é uma radialista da cidade que troca cartas com Narizinho, na minha opinião foi muito bacana usufruírem mais da personagem que quase não é lembrada pelos leitores da obra. Já João da Luz, aparece no livro Historia do Mundo Para Crianças, chamado originalmente de Zé da Luz, que é um personagem brigão. 

Dona Joaninha, dona da pensão e Ceceu, sua afilhada permaneceram no programa, assim como Anjico e Zequinha, sobrinhos do Coronel. Nicette Bruno e Cândido Damm que viviam Dona Benta e Visconde foram substituídos por Suely Franco e Aramis Trindade, Suely deu vida a uma Dona Benta incrédula (isso sempre vai ser muito esquisito), porem chegou bem perto da Dona Benta dos anos 70, até usando as vezes roupas parecidas. 
Já Aramis, deu um sotaque paulista ao personagem, e se tornou mais indefeso quando se trata das maluquices de Emília.  Outra novidade no elenco, é a presença de Chico Anysio, grande comediante, que dá vida ao tio de Cléo o Doutor Saraiva, alias, para quem não sabe a atriz Lupe Gigliotti, a Dona Joaninha do sítio, é irmão de Chico na vida real. Os pais de Pedrinho estão bastantes presentes também, coisa nunca vista na trama antes. Ainda falando na Cleo, sua madrasta faz raiva em qualquer um que assista ( que atuação!), e quem dá vida a vilã é Lu Grimaldi.

Mas tá achando que parou por aqui? Que nada, outro núcleo da história trás dois personagens novos, na verdade um não é tão novo assim, que é o pequeno Polegar, e a outra é sua namorada, a fada Tambelina, que vive fugindo da Dona Carochinha. Falando nisso, a Barata Cascuda é interpretada agora por Marilu Bueno.
  
Pesadelo adotou um novo visual, assim como sua patroa, Cuca, que agora estava bem mais medonha, e assustadora. Como essa é uma das temporadas que mais fez referencia ao sítio antigo ( destaque para a festa de quadrilha que acontece no Arraial, e Emília vai com tranças, lembrando a peruca de Reny de Oliveira, a Emília de 1978), e Cuca não ficou de fora, pois sua barriga listrada tem origem dos anos passados.


Outra novidade da vez é que Emília, com inveja de Patty Pop, manda a Aranha costureira do Reino das águas claras fazer novos vestidos para ela, na minha opinião, é muito bom ver a boneca com novas roupas, dando adeus de uma vez ao típico vestidinho vermelho e amarelo, que era usado desde a estreia do programa. 

A história que conta com o romance de Cléo e João da Luz,  não iria acontecer. Na verdade antes mesmo da estreia da trama foi dito que o programa seria baseado no livro Picapau Amarelo, e quem contou foi Márcio Trigo para o jornal O Globo. Uma nova versão de Dom Quixote iria ao ar também, cá entre nós, ainda bem que não foi né? Já deu de tanto Dom Quixote no sítio. Fato é, que a trama virou o que virou e agradou em cheio o publico, batendo diariamente sete picos no ibope. 

Na história, temos a participação de Miss Sardine, que retorna ao sítio amiguissima de Paty Pop (para quem não sabe, Miss Sardine morreu frita na frigideira de Tia Nastacia). Teteia, a irmã de Ceceu aparece para morar com Dona Joaninha, e sinceramente, me arranca suspiros de raiva, já que a personagem super namoradeira, existe apenas para importunar João e Cléo.


 Para a nova temporada, foram encomendadas novas canções é claro. Uma nova versão do tema de abertura, uma música digna para a Emilia, que pisa com força na canção de 2001, cantada pelo Pato Fu (presente também na trilha anterior do programa), a canção da bonequinha de plástico dita a cima, e também temos um tema para o Zé Carijó, música que fica na cabeça da gente. Outra que ganhou musica tema, é a Fadinha Tambelina, e quem diria que até o saudoso Ney Mato Grosso participaria da trilha cantando o tema da Cuca, chamado Sem Medo de Assombração, outro ícone presente no CD é Milton Nascimento que canta o tema da mãe d água, Iara. Desde os tempos antigos que não tínhamos uma musica tema para Dona Benta, e dessa vez tivemos, a música que mais fez sucesso (e que mais toca durante a trama), é Nós Dois, do grupo Jukabala, tema de João da Luz e Cléo. Leandro Leo que interpretou o Pesadelo cantou sua propria musica tema, e para as cenas do arraial entrarem no clima, a canção Tristeza do Jeca na voz de Zezé di Camargo e Luciano encaixou perfeitamente, dando um ar de nostalgia até para quem assiste pela primeira vez. Por fim, temos a canção Descobrindo o que é o amor, música cantada pelo Gustavo Pereira, o Zequinha na trama, e vou te contar, essa música deu o que falar no seriado hein? Quem assistiu entende o que estou falando né? 




Enquanto eu pesquisava para escrever essa matéria, achei quase inútil falar aqui sobre essa temporada, já que na Wikipedia temos um texto maravilhoso sobre essa temporada, e quem escreveu tá de parabéns. Mas é sempre bom ler coisa nova e diferente não é mesmo? Espero que tenham gostado, e para quem sentiu vontade de assistir a temporada, é só clicar aqui, pois o canal O Picapau Amarelo, está postando para a gente. Até a próxima.

Ficou com preguiça de ler isso tudo? Um video com este texto já foi publicado em meu canal:

terça-feira, 20 de agosto de 2019

O Conceito do Sítio do Picapau Amarelo de 2006

Talvez essa seja uma das temporadas do Sítio mal interpretada por uma grande parte do publico, por fazer parte de um conceito, diferente do que estavam acostumados, pelo menos desde a estreia da nova versão do Sítio, em 2001. Vou tentar explicar para vocês hoje um pouco desse conceito, acrescentando curiosidades e fatos da época.


Em 2006, Geraldo Casé iria assumir a direção novamente do Sítio do Picapau Amarelo, mas infelizmente acabou sendo afastado. Débora Gomez seria cotada para o papel de Emília, que entraria no lugar de Isabelle Drummond. Quem acabou assumindo a direção foi Carlos Manga, que se inspirou na versão dos anos 80 para a nova versão do programa, que agora seria mais musical que as outras versões, com destaque para Tia Nastacia que estava sempre cantando clássicos acompanhada de bonecos de bichinhos. Fofa. 

Todo mundo me dizia que o Sítio de 30 anos atrás é bom. Pensei: Poxa,mas vamos dar um passo pra trás?. Vi 60 capítulos daquela época, cheguei ao ponto de acordar conversando com Emília. Contou Manga na época.  

Carlos também sempre foi muito ligado nas produções da Disney, e a ideia da trama ser mais musical veio daí. Carlos se mostrava bastante preocupado com as crianças, alias quando não estava no Projac, sempre ligava para saber se as crianças estavam bem, ou se já tinha almoçado.  

Carlos Manga, com 78 anos na época, deu uma entrevista para O Globo, contando sobre as mudanças,Maga queria dar uma guinada no ibope, dizendo que as crianças esperavam mais aventuras.

Outra novidade foi a mudança da dupla de Pedrinho e Narizinho, pela terceira vez desde a estreia em 2001, saindo  Carolina Molinari e João Vitor Silva, e entram Rodolfo Valente e Amanda Diniz. Rodolfo veio de Sampa, e disse ser gratificante ter conseguido papel, se comparando ao personagem por gostar de aventuras. Já Amanda foi escolhida pelo próprio diretor, e em 2005 fez testes para viver a bonequinha de plástico Patty Pop. 



A grande novidade é Lara Rodrigues, que foi a primeira Narizinho dessa era de volta ao Sítio com uma nova personagem. Thávyne Ferrari e João Vitor permaneceram no programa como Caiporas. No ultimo capitulo da trama, a grande surpresa foi a participação de Dirce Migliaccio no programa. No elenco, Izak Dahora, Suely Franco, Dhu Moraes, e Aramis Trindade permaneceram. No site Memoria Globo é possivel achar curiosidades e informações sobre a temporada, confira a sinopse: 

A nova temporada do infantil começa com a chegada da princesa Thirza (Fanny Georguleas) à fazenda de Dona Benta. Após ver o reino onde vivia, Lumar, ser destruído por um grande furacão, Thirza decide ir ao encontro do príncipe Theo (Thyago De Los Reyes) no Reino de Luterra. Matilda (Patrícia Selonk), a dama de companhia da jovem, decide mudar o rumo da carruagem da princesa e levá-la ao mundo real. Matilda, na realidade, quer que sua filha Mirthes (Marcela Rosis) assuma o lugar de Thirza e se case com o príncipe do Reino de Luterra. Para cumprir seu objetivo, ela abandona a alteza em meio à floresta, e a jovem acaba encontrando abrigo no sítio de Dona Benta. A turma se une para levar Thirza de volta ao reino encantado. Quando Mirthes está prestes a se casar com Theo, ela e sua mãe são desmascaradas, graças à ajuda da fada Felícia (Sandy). As duas, no entanto, não desistem de seus planos, e armam muitas armadilhas para o príncipe Theo. 

Como perceberam, tem todo um conceito, e eu entendo que depois de assistir tanta farofa (termo usado para coisas que gostamos de cara), então assustou o publico algo mais simples, como foi a temporada de 2006. Já ouvi muita gente dizer que não curte o visual da Emília dessa fase, acredito que por ser mais simples (ou só por gosto mesmo). 

Fato é, que Carlos Manga conseguiu trazer um alá Disney pro Sítio, e deu certo pois a audiência teve picos bons, pelo menos no inicio da temporada. Sem falar que os produtos dessa temporada foram produzidos, como material escolar, trilha sonora e até bonecos. Deu certo. Para quem nunca assistiu, deixo aqui uma oportunidade, de verem o primeiro capitulo e algumas curiosidades sobre a temporada : 

 


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Sítio do Picapau Amarelo 1985 / 1986

Em um tempo que o seriado já tinha decaído, e se desgastado com o tempo, o universo encantado do pica pau amarelo permaneceu ainda por mais dois anos. Com mudanças, e com direito até a uma nova pintura na casa, já que a proposta de Geraldo Casé era modernizar o sítio, afim de trazer novos ares para a trama, e fazer com que as crianças se vissem nos personagens. Vamos analisar então, os últimos anos da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo na Rede Globo. 


 Em 1985, Casé decidiu que iria reformular o Sítio, a começar pela dupla de Pedrinho e Narizinho. Enquanto fazia os testes para as novas crianças, três episódios do Sítio de anos diferentes foram reprisados em forma de compacto com apenas cinco capítulos cada. Em meio de centenas de crianças, os escolhidos foram Gabriela Senra, e Daniel Lobo.

Quem diria que Narizinho um dia teria um visual tão atual quanto ao que Gabriela curiosamente adotou antes mesmo que a produção desse algum palpite. Já com Pedrinho, muito se especulava que além de aprender a lutar jiu-jítsu, Daniel aprenderia também a saltar de asa delta, para que qualquer dia chegasse ao Sítio voando. Diferente do que parecia, a ideia não era modernizar Lobato, como  Geraldo Casé disse na época.

Não vamos modificar Monteiro Lobato, cuja preocupação maior era a integração da criança com a natureza. Essa essência será sempre mantida. Mas temos que estabelecer uma visão mais contemporânea na composição dos personagens para que o publico encontre no programa necessidades e comportamentos semelhantes ao seu. Pedrinho e Narizinho têm que representar as crianças hoje vivendo no sítio. E para isso, temos que trazer o sítio para nossa realidade. 

Gabriela Senra tinha 9 anos quando foi escolhida (pois faria 10 em Maio), cujos pais incentivaram muito a carreira, na verdade em uma entrevista exclusiva para nós, Gabriela contou que a mãe fez de tudo para não leva-la ao teste, e a mesma insistiu até que conseguisse. Na época, em entrevistas Gabriela contou que sempre pensou em trabalhar na televisão, mas não imaginava que seria tão cedo e em um papel tão importante. Gabriela fez quatro testes e esperou dois meses para o resultado. 

O último teste foi no cenário do sítio com todos os personagens. Fiquei nervosa no começo, mas não era pelo teste, era pela emoção de estar ali junto com aquela gente que cresci admirando,. Sai sem muita esperança, mas disse para mamãe que mesmo que eu não ganhasse, só aquela emoção tinha valido a pena. Pensei que meu corte de cabelo podia atrapalhar, mas foi um barato! O Case adorou, e eu mais ainda. Contou Gabriela para O Globo na época. 

Gabriela recebia muitos elogios da equipe, e há quem diga que ela se parece com a atriz Rosana Garcia, que havia interpretado a primeira Narizinho no Sítio. Em uma entrevista para uma revista, o fotografo sugeriu que Daniel a entregasse uma flor para assim ele fotografar, daí que Gabriela soltou o seguinte : Eu já sou uma flor, pra que mais? Essas crianças prodígios da época, eram fogo. 

Daniel Lobo, tinha 12 anos quando passou no teste para fazer o Pedrinho, na época ele contou sonhar em fazer o papel, e que assistia muito o programa. Diferente de Gabriela, Daniel já havia feito alguns trabalhos no teatro, e em entrevista para O Globo, contou que chegou a torcer para um ou outro garoto que havia feito amizade nos noves testes que realizou. 

Ele também contou que o coração bateu forte, e ficou muito feliz em saber que seria mesmo o novo Pedrinho. Daniel também contou que sabia que o papel seria dele quando soube que seria o terceiro menino a fazer os testes, já que seu número da sorte era três. Assim como Izabella Bicalho (Narizinho 1983/1984) que recusou gravar um outro filme com Os Trapalhões, para se dedicar a personagem, Daniel Lobo também fez o mesmo. 

Gabriela era fã da banda Blitz, já Daniel adorava Os Menudos, alegando na época, que seu gosto era diferente de seus colegas.  Lembrando também, que o próprio Daniel pediu para Casé, que o deixasse fazer o testo, dizendo seu seu sonho interpretar o menino aventureiro.

O restante do elenco permaneceu, dentre eles Zilka Salaberry, Jacira Sampaio, e André Valli que já estavam no elenco fixo desde 1977, além de Susana Abranches que seguia fazendo o papel da boneca Emília desde 1983. Vale lembrar que no ano de 85, quem vestiu a fantasia da Cuca foi Rosana Israel, já que Catarina atuara em outro seriado nessa epoca.

A cenografia sofreu algumas mudanças para a nova fase do Sítio do Picapau Amarelo, a casa por exemplo é a maior prova disso, aderindo uma nova pintura nas paredes do lado de fora, desta vez com a cor rosa 
Casa do Sítio do Picapau Amarelo em 1985

Já se especulava então que um novo episódio engraçadíssimo, teria sido escrito para o seriado, por Marcos Rey e Hamilton Vaz Pereira. Estava entregue o episódio O Enigma Enigmático. A nova fase do programa estreou em uma segunda feira no dia primeiro de Julho, o programa agora seria exibido durante as ferias escolares. O Enigma Enigmático conta a história de um invento de um cientista brasileiro, o KL 7, que serve para desativar todas as armas nucleares. Criado para a paz ele pode no entanto, servir a interesses  escusos, quando é roubado por bandidos perigosíssimos. Parte da história se desenvolve a partir da busca por efetuada por Pedrinho e pelo detetive Borges (interpretado pelo ator Gracindo Júnior). Em outro polo da ação, aparece no sítio uma equipe do cinema americano. Zilka e Jacira, além de seus papeis de Dona Benta e Tia Nastacia atuam como Rut Davss e Sarah Maughan. A trama ia ao ar as 17:15 da tarde.


 No ano seguinte (1986), o episódio exibido foi A Trilha das Araras, gravado também em 1985, pois não houve uma pausa de gravação como foi de exibição, e foi também o ultimo episódio da versão clássica do Sítio do Picapau Amarelo. Uma história ecológica dessa vez foi o tema do programa, e foi escrito por Sylvan Paezzo com a colaboração de Margareth Boury, e dirigido por Fábio Sabag, o episódio foi exibido de segunda a sexta em 20 capítulos. A historia conta a busca empreendida por um pequeno índio Coaqui, de uma arvore sagrada, que dá força a sua tribo e que está sempre repleta de araras. Mas o percurso é interrompido por ladrões que querem contrabandear araras.O programa se encerrou por ai. Houve especulações que teria acabado por um possível incêndio local, o que nunca foi confirmado, já que o programa acabou pelo fato de ter permanecido tanto tempo no ar.



Mesmo tendo sido a ultima versão dos anos 80, hoje em dia é pouco comentado e explorado pela internet afora, agora não mais né? Até porque achei que precisava de um pouco mais de informações sobre essa fase do Sítio, que mesmo sendo a ultima não deixa de ser menos importante. Essa fase permanece raridade total e algumas cenas podem ser vistas no YouTube.  
 

terça-feira, 13 de agosto de 2019

A Despedida de Júlio e Rosana do Sítio do Picapau Amarelo

Desde que a trama estreou na Rede Globo, Rosana e Júlio são uma das duplas mais queridas pelo publico. Mas o tempo é cruel, e já era tempo de aceitar: Ambos estavam grandes para o papel, e já ficava dificil para interpretarem personagens de crianças estando tão crescidinhos. Rosana tinha que colocar uma faixa nos seios já que estava em fase de crescimento, Júlio gravava cenas de joelhos para não aparentar estar tão grande. Com o comunicado da noticia de que sairiam do programa, milhares de cartas foram enviadas para Globo pedindo para que eles continuassem no programa. Que tal uma analise da dupla no seriado? 


 Em 1977 estreava o Sítio do Picapau Amarelo na Plimplim, trama baseada da obra de Monteiro Lobato. Com capitulo piloto intitulado O Picapau Amarelo que era exibido em formato de novela, assim tudo começou. Para o papel de Pedrinho e Narizinho, Júlio e Rosana caíram feito luva, já que a menina teria dado um toque suave de doçura para a menina do nariz arrebitado, e o menino um ar menos desbocado que o dos livros. Deu certo. Até porque desde ai, permaneceram no programa até 1981, saindo com 15 (Rosana) e 16 anos (Júlio). 

A rotina das crianças era a seguinte: acordar, ir para a escola, chegar em casa (onde a Kombi da Globo já as aguardavam) iam para Guaratiba e gravavam oito horas, chegando em casa por volta de dez e meia da noite. O negocio era fogo! 

No final de 1977 foi vinculado que Júlio não faria mais parte do programa no ano seguinte, Júlio contou para a revista Sétimo Céu que quando contou a noticia para Jacira Sampaio (Tia Nástacia) os dois choraram com a possível saída, o que graças a Casé não se concretizou. Rosana gostava muito do personagem como contou na época : Gosto dela imensamente, não considero trabalho, é uma diversão. Concluindo, que acha importante fazer uma novela onde não são apenas filhos de gente problemático e sim personagens alegres e soltos. Parece até gente grande né? 

Com o total de cinco anos fazendo parte do Sítio, já a dois anos especulavam uma possível saída dos dois, dificultada pelo apego criado entre o elenco e produção.  A certeza da saída veio para Júlio depois que ele teve uma conversa com um dos responsáveis pela seleção das novas crianças, já Rosana disse só acreditar quando gravou a chamada para as inscrições dos novos atores. Por mais que estivessem tristes, o fato de terem agora a oportunidade atuarem em novos papeis diferentes do que haviam feito a anos. Esse era o plano de Júlio, já Rosana cogitava fazer teatro.

O último episódio gravado e exibido com eles foi A Mascara do Futuro, episódio esse bastante melancólico, capaz de arrancar lágrimas de muito marmanjo que se remete a lembrança ao rever.

Na história Emília encontra uma mascara no fundo do ribeirão, que quando posta no rosto é capaz de enxergar o futuro, prevendo que Narizinho e Pedrinho que já estão grandes, irão abandonar todos do Sítio. Com isso, ela convida os personagens do mundo da fantasia para morar no Sítio com a finalidade de retardar o crescimento deles. Visconde que também viu na mascara o futuro deles, tratou de criar uma maquina para impedir o crescimento, mas Pedrinho acaba ficando preso nela. No final do episódio, os personagens do reino encantado visitam o sítio e Pedrinho e Narizinho já crescidos, voltam a ser crianças e dão um forte abraço em Dona Benta, cena que simboliza o fim de uma etapa do programa. Pesado. Realmente muito triste o dialogo que eles tem na ultima cena ao lado de Emília, e só de lembrar enquanto escrevo já me aperta o coração. Clique aqui para assistir o episódio 

Eles deram lugar para duas novas crianças, e fato é que tinha que ser assim, já nem fazia sentido eles continuarem no programa, mas sabemos que eles conseguiram de alguma forma permanecerem crianças, de um jeito que nem Emília e Visconde conseguiram prever: Nos corações de quem guarda tanta lembrança das maravilhas do Picapau Amarelo. Obrigado Rosana e Júlio por proporcionarem tanta emoção e alegria para sua geração.