terça-feira, 13 de agosto de 2019

A Despedida de Júlio e Rosana do Sítio do Picapau Amarelo

Desde que a trama estreou na Rede Globo, Rosana e Júlio são uma das duplas mais queridas pelo publico. Mas o tempo é cruel, e já era tempo de aceitar: Ambos estavam grandes para o papel, e já ficava dificil para interpretarem personagens de crianças estando tão crescidinhos. Rosana tinha que colocar uma faixa nos seios já que estava em fase de crescimento, Júlio gravava cenas de joelhos para não aparentar estar tão grande. Com o comunicado da noticia de que sairiam do programa, milhares de cartas foram enviadas para Globo pedindo para que eles continuassem no programa. Que tal uma analise da dupla no seriado? 


 Em 1977 estreava o Sítio do Picapau Amarelo na Plimplim, trama baseada da obra de Monteiro Lobato. Com capitulo piloto intitulado O Picapau Amarelo que era exibido em formato de novela, assim tudo começou. Para o papel de Pedrinho e Narizinho, Júlio e Rosana caíram feito luva, já que a menina teria dado um toque suave de doçura para a menina do nariz arrebitado, e o menino um ar menos desbocado que o dos livros. Deu certo. Até porque desde ai, permaneceram no programa até 1981, saindo com 15 (Rosana) e 16 anos (Júlio). 

A rotina das crianças era a seguinte: acordar, ir para a escola, chegar em casa (onde a Kombi da Globo já as aguardavam) iam para Guaratiba e gravavam oito horas, chegando em casa por volta de dez e meia da noite. O negocio era fogo! 

No final de 1977 foi vinculado que Júlio não faria mais parte do programa no ano seguinte, Júlio contou para a revista Sétimo Céu que quando contou a noticia para Jacira Sampaio (Tia Nástacia) os dois choraram com a possível saída, o que graças a Casé não se concretizou. Rosana gostava muito do personagem como contou na época : Gosto dela imensamente, não considero trabalho, é uma diversão. Concluindo, que acha importante fazer uma novela onde não são apenas filhos de gente problemático e sim personagens alegres e soltos. Parece até gente grande né? 

Com o total de cinco anos fazendo parte do Sítio, já a dois anos especulavam uma possível saída dos dois, dificultada pelo apego criado entre o elenco e produção.  A certeza da saída veio para Júlio depois que ele teve uma conversa com um dos responsáveis pela seleção das novas crianças, já Rosana disse só acreditar quando gravou a chamada para as inscrições dos novos atores. Por mais que estivessem tristes, o fato de terem agora a oportunidade atuarem em novos papeis diferentes do que haviam feito a anos. Esse era o plano de Júlio, já Rosana cogitava fazer teatro.

O último episódio gravado e exibido com eles foi A Mascara do Futuro, episódio esse bastante melancólico, capaz de arrancar lágrimas de muito marmanjo que se remete a lembrança ao rever.

Na história Emília encontra uma mascara no fundo do ribeirão, que quando posta no rosto é capaz de enxergar o futuro, prevendo que Narizinho e Pedrinho que já estão grandes, irão abandonar todos do Sítio. Com isso, ela convida os personagens do mundo da fantasia para morar no Sítio com a finalidade de retardar o crescimento deles. Visconde que também viu na mascara o futuro deles, tratou de criar uma maquina para impedir o crescimento, mas Pedrinho acaba ficando preso nela. No final do episódio, os personagens do reino encantado visitam o sítio e Pedrinho e Narizinho já crescidos, voltam a ser crianças e dão um forte abraço em Dona Benta, cena que simboliza o fim de uma etapa do programa. Pesado. Realmente muito triste o dialogo que eles tem na ultima cena ao lado de Emília, e só de lembrar enquanto escrevo já me aperta o coração. Clique aqui para assistir o episódio 

Eles deram lugar para duas novas crianças, e fato é que tinha que ser assim, já nem fazia sentido eles continuarem no programa, mas sabemos que eles conseguiram de alguma forma permanecerem crianças, de um jeito que nem Emília e Visconde conseguiram prever: Nos corações de quem guarda tanta lembrança das maravilhas do Picapau Amarelo. Obrigado Rosana e Júlio por proporcionarem tanta emoção e alegria para sua geração.

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