sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O Saci de Rodolfo Nanni - O primeiro fime do Sitio do Picapau Amarelo

Jamais algum filme sobre o sitio irá superar o clássico que foi o Saci de 1951. Passaram-se anos e anos, e o filme não envelheceu, continua ótimo. Vou contar para vocês neste post, algumas curiosidades sobre o filme que provavelmente você não sabia. 

Texto: Luís Henrique


Como tudo começou

O diretor do filme, Rodolfo Nanni que na época estudava pintura (inclusive iniciou os estudos aqui no Brasil com Anita Malfatti, a mesma que teve uma grande polêmica com Monteiro Lobato) e ele tinha acabado de voltar da Europa com sua então mulher Thereza Nicolau, e então ele foi convidado para fazer parte de um filme chamado Aglaia que acabou não sendo terminado por falta de verba. 

E ai, indo para São Paulo, Rodolfo teve contato com o pessoal da Brasiliense que é uma editora fundada em 1943 pelo historiador Caio Prado Júnior, por Monteiro Lobato que ficou somente nos primeiros anos de funcionamento, Arthur Neves, que viria a ser o produtor do filme e que era editor de Monteiro Lobato na editora, e a escritora Maria José Dupré, que inclusive foi a casa dela a primeira sede da editora. 

Então Arthur Neves disse que tinha um sonho de fazer um filme com as historias de Lobato, e convidou de cara Rodolfo para dirigir (mesmo sem saber se ele sabia fazer isso) e empolgado com a ideia, ele aceitou. 

Daí, Arthur escreveu o argumento do filme e Rodolfo escreveu o roteiro a mão porque ele não sabia escrever a máquina.

A partir da esquerda: Morador de Ribeirão Bonito que participou da equipe, Liba Fridman (continuista), Aparecido André (eletricista), Cesar Giorgi (Assistente de Câmera), Alfredo Galliano (Assistente de Produção), Nelson Pereira dos Santos (Assistente de Direção), Rodolfo Nanni (Diretor geral), Tereza Nicolao (cenógrafa e figurinista), Alex Viany (Diretor de Produção), Ruy Santos (Diretor de Fotografia), Raymundo Duprat (Assistente de Produção), Mario Menegheli (Assistente de Cenografia, que também foi a Cuca). Embaixo: Menino de Ribeirão, Paulo Matosinho (Saci) e Lívio Nanni (Pedrinho).

Eles conseguiram uma verba inicial para o filme, porém acabou no meio das filmagens, a sorte foi que o irmão de Rodolfo Nanni, Hugo Nanni entrou no projeto e conseguiu verba para que terminasse o filme com bancos (que inclusive aparece nos créditos).

Para a realizar o filme, foram todos para Ribeirão Bonito, que era a cidade natal de Arthur Neves, e eles escolheram bem o lugar, pois segundo Rodolfo Nanni, lá tinha tudo o que eles precisavam para filmar.

Escolhendo o elenco

Todo o elenco é formado por pessoas que não eram atrizes ou atores, com excessão de Paulo Matozinho (que já trabalhava no elenco do Teatro Brasileiro, e havia participado de um documentário sobre o cinema brasileiro, além de fazer uma ponta no filme O Comprador de Fazendas), e Rosa Maria, que trabalhava também em teatro.

Para o papel de Pedrinho, foi escolhido o sobrinho de Rodolfo, o Lívio Nanni, que Rodolfo descrevia como o próprio Pedrinho. Livio deu uma entrevista para a página, que você pode conferir abaixo.


Aristéia concorreu com mil e quientas crianças para interpretar Narizinho, e Lidia Rosenberg, que mais tarde seria a primeira Narizinho da série de Televisão do Sítio do Picapau Amarelo na TV Tupi, seria escolhida para o filme, mas acabou sendo trocada por Aristéia, pois segundo Lidia contou com exclusividade em depoimento para o blog, Aristeia tinha mais cara de menina da roça, então optaram por deixar ela de fora. 

Olga Maria, fazia parte do Clube do Papai Noel, e o desejo de ser artista veio na verdade da mãe que a colocava para fazer todas essas coisas. Chamaram ela para fazer teste pro filme, e acabou passando.

Para interpretar a Yara, foi escolhida uma menina chamada Yara realmente, e ela contou que foi mal recebida por uma das pessoas envolvidas na produção, porque a tal pessoa achava que ela não tinha cara de Yara. Segundo ela, foi uma coincidência ela participar do filme, pois a sua irmã trabalhava com Monteiro Lobato na livraria Brasiliense, que a apresentou para Arthur Neves que imediatamente contratou ela para o papel. 

O ator que interpretou Tio Barnabé conheceu Rodolfo em Paris, tiveram um grande contato, já que ambos eram pintores. Então voltando pro Brasil, procurando algo para fazer, foi convidado pelo assistente de direção do filme,  o Nelson para fazer o filme, ele conta que levou um susto pois não tinha nenhuma experiência. Ele que tinha 25 para 26 anos e teve que deixar a barba crescer para parecer o Tio Barnabé.

Rosa Maria Ribeiro, foi a escolhida para fazer Dona Benta, mas não foi escolha de Nanni, inclusive ele em depoimento contou que não gostou da escolha pela experiência de teatro que ela tinha.

Arthur Neves havia ido na casa de Lobato e contou para Rodolfo que a cozinheira dele era linda e perguntou se ele não queria conversar com ela para fazer a Tia Nastácia. Então Rodolfo perguntou para Benedita se ela gostaria de fazer o filme e ela aceitou. 


Para fazer a Cuca foi escolhido Mario Meneguelli, que era um carregador que trabalhava com eles que bebia o tempo todo, diferente do que muitos dizem, ele não era um mendigo da cudade.

Para o Saci, foi escalado Paulo Matozinho, que era uma excelente bailarino, talvez isso o ajudasse com o papel, pela facilidade de se movimentar com as duas pernas presas. Ele tinha muita facilidade por exemplo de subir na garupa do cavalo com apenas um salto. 



Foi Rodolfo que fez a preparação de elenco, além de ter roteirizado e dirigido o longa. Ele treinou as crianças durante mais ou menos três meses antes de iniciarem as filmagens, já que elas ainda não haviam tido experiência no teatro ou já Tv (que estava nascendo no Brasil).

Eles foram tão bem treinados, que chegaram para filmar em São Paulo com tudo na ponta da língua. A atriz que interpretou a Narizinho contou em um depoimento que já desceu do trem "Narizinho", ou seja ela já era a personagem. 

Por mais que estivessem fazendo aquilo pela primeira vez, não existia uma real preocupação ou medo de não se saírem bem. Para quem não sabe, o filme é pioneiro, já que é o primeiro filme infantil feito no Brasil. 

Cenografia e Figurino

A cenografia e o figurino ficou por conta de Thereza Nicolau,ela era pintora e nunca havia feito isso antes. Em Ribeirão Bonito, eles conseguiram um barracão que havia sido uma fabrica mais tinha fechado e o transformaram em um estúdio, com gerador, refletor e tudo mais! Isso mesmo, o interior da casa: a sala,a cozinha, eram cenográficos. Inclusive, todos os moveis da casa, eles conseguiram na cidade. 

A cachoeira onde é filmada a cena de Yara foi a cachoeira Santana, veja abaixo como ela está hoje em dia:

Arthur topou que Thereza fizesse a cenografia, e então ela foi se informar de como fazia. Segundo ela os figurinos forma muito fáceis de fazer, porque para ela tudo a existia, ela já havia lido Lobato. Uma boa curiosidade é que não foi Thereza quem fez o figurino da Emilia, na verdade foi a mãe do Livio, o Pedrinho que fez. 

Para fazer a peruca, ela usou fios de lã e foi moldando na cabeça de Olga Maria, outro detalhe é que a malha era costurada no corpo, e fazia muito calor, inclusive, uma vez filmaram o dia inteiro, e o ator que fez o Tio Barnabé ficou bravo pelo fato de ela ter podido ir ao banheiro nem uma vez. Para o filme, a mãe de Livio fez tambem o bonequinho que fica dentro da garrafa representando o Saci.


Filmando as cenas

Para fazer a cena da cachoeira, a atriz que fazia Yara não sabia nadar, ela até tentou fazer umas aulas de natação na época, mas não adiantou. Como a peruca não era feita de um material resistente, a cena do mergulho foi deixada por último, pois não poderia ser repetida. Mario Meneguelli, que interpretou a Cuca ficou dentro da cachoeira esperando ela, caso ela se afogasse. Curiosamente, não vemos a cena em que ela da o mergulho.

Para cena da sacizada, convidaram vários garotinhos para fazer os sacis, segundo Rodolfo Nanni, foi uma cena noturna que foi até a manhã do dia seguinte. Os pais das crianças ficaram super preocupados. 

Sabem quando a Narizinho vira pedra? Aquela cena é tão realista que choca realmente as pessoas. Para fazer o processo, o Rodolfo colocou uma mascara de argila no rosto de Aristeia, e depois esculpiu o rosto dela em uma pedra. Segundo Aristeia, aquilo custo sair,ela esfregava esfregava e não saia de jeito nenhum.


Dublagem

Naquela época não existiam os recursos que temos hoje, e o áudio do filme era gravado separado, ou seja, o filme era dublado. Mas uma coisa engraçada é que o filme não foi dublado pelos atores, e sim por outras pessoas. Livio Nanni contou que o tempo que demorou para a montagem do filme até a dublagem,  sua voz estava mudando muito, ora ficava grossa, ora ficava fina, e entao foi escalado uma outra pessoa para dubla-lo. 

Quem dublou o Pedrinho foi um menino que fazia rádio novela, quem dublou o Saci e o Tio Barnabé foi Erlon Chaves, e quem dublou Emilia e Narizinho foi Wilma Bentivegna, que ficou muito famosa por cantar a música do filme Marcelino, Pão e Vinho e tambpem pela canção Hino do amor. Infelizmente eu não conheço as pessoas dublaram os outros personagens, se alguém soube quem dublou o Pedrinho, favor contar aqui.


Ah, as histórias....

Uma historia interessante é que as filmagens atrasaram, porque em um momento, estavam jogando futebol e o Nelson chutou a bola muito forte e quebrou o braço do Livio. Reparem,que na cena em que ele e o Saci tem que engatinhar de baixo da mesa para procurar a flor, ele apoia somente um dos braços pois tinha tirado o gesso recentemente.

Outra interrupção que o filme teve, foi o nascimento do filho de Rodolfo e Thereza. Curiosamente o filho deles acabou se chamando Pedro. Por causa do nascimento do filho e da fratura no braço de Livio Nanni, acabaram ficando três meses em Ribeirão Bonito, ao invés de dois.   

Sabe a cena em que a Emilia cai no riacho? Pois bem, aquela cena teve que ser filmada diversas vezes, em um dos takes, a atriz que interpreta a Tia Nastácia caiu em cima de Olga Maria que ficou desesperada, afinal ela tinha apenas seis anos de idade e a Benedita Rodrigues era enorme.

Lançamento

Muito se questiona sobre o lançamento do filme, uns acham que foi em 1951, outros em 1952... Então vou explicar pra você o que realmente aconteceu: o filme teve as fimagens iniciadas no fim do ano de 1951, em Dezembro, Rodolfo até anunciou o filme para um jornal, que você confere abaixo. 


A idéa era que o filme ficasse pronto ainda em 1952, porém não saiu como o planejado, por falta de material para editar o filme, como vocês podem ver em uma declaração de Rodolfo Nanni para o jornal Diario de Pernambuco em 27 de Setembro de 1953, por tanto o filme acabou sendo lançado em 1953, na live para a página com Livio Nanni (Pedrinho), ele conta melhor sobre a noite de estreia, corre lá para conferir (Clique aqui e assista a live). 


Mais tarde o filme chegou a ser lançado em VHS, e posteriormente em DVD, que hoje são intens raros de colecionadores, devido as baixas tiragens dos mesmos. 

Enfim...

Infelizmente muitos do elenco já não estão entre nós, mas fato é que essa linda obra cinematografica jamais morrerá, pois como disse no começo da postagem continua sendo muito atual. Deixo aqui o meu agradecimento a Rodolfo Nanni pelo trabalho realizado.

E que tal assistir o filme depois de todas essas informações e curiosidades? 



quarta-feira, 24 de junho de 2020

BAIXE E LEIA o GIBI NÚMERO 1 do Sítio do Picapau Amarelo (1977)

Com exclusividade, o Memórias do Picapau Amarelo disponibiliza para você baixar agora o primeiro Gibi do Sítio do Picapau Amarelode 1977, com várias historinhas legais para você relembrar sua infância, ou então ter o primeiro contato. 

terça-feira, 23 de junho de 2020

Por onde anda Rafael Novaes, o Príncipe Escamado?

Eu realmente sou fera! Consegui encontrar nas profundezas do Reino das Águas Claras (mentira, foi do Instagram mesmo) o maior sumido de toda a historia do Sitio do Picapau Amarelo: Rafael Novaes. OK, faz anos que eu esperei por esse momento, e claro, não poderia deixar de dividir com vocês, até porque eu também já pesquisei muito para ver se eu encontrava o Rafael. Vamos a matéria?

 Texto: Luís Henrique


Rafael na verdade não virou ator por opção, o que aconteceu é que ele era muito tímido e resolveu fazer um curso de teatro para perder a timidez. Na verdade ele sempre quis ser advogado. Ao fazer o curso, Rafael se apaixonou pela carreira, e entrou pro meio fazendo algumas peças infantis e uma pequena participação em Malhação e no Linha Direta. 

A partir do teste que ele fez para Malhação, o produtor de elenco Nelson Fonseca viu e o convidou para fazer teste com mais duas pessoas para o papel do Príncipe Escamado e claro, ele acabou conseguindo. 

As primeiras cenas de Rafael (que também foram as primeiras exibidas) foram gravadas em um chroma, para depois ser adicionado na cena (aquela que ele sobre no nariz de Narizinho).

Para fazer a cabeça do príncipe, Rafael precisou colocar na cabeça uma gesso, só com buracos para respiras, e ficar quase uma hora com ele para fazer o molde. Já a maquiagem demorava em torno de uma hora para ficar pronta. 


 Ele acabou não assistindo a versão antiga do seriado por medo de se influenciar e automaticamente imitar. Segundo ele foi tudo muito rápido. 

Bom, a muito tempo o Rafael vem sido procurado na internet, a curiosidade das pessoas de verem ele sem maquiagem sempre foi muito grande, já que não tínhamos nenhuma foto até então. Prova disso, é que na barra de pesquisa do google mostra o quão curiosa pra ver, as pessoas eram, vejam só: 


Rafael participou de vários episódios do Sítio, dentre eles: Reino das Águas Claras, Reinações de Narizinho, A Volta ao Reino das Águas Claras, Perigo no Reino das Águas Claras, A Pedra Mágica de Tupã e a Menina da Selva.

Rafael hoje em dia.

Desde então Rafael se tornou um grande advogado, e falou tudo isso exclusivamente para o Memórias do Picapau Amarelo em um vídeo, e ficou muito legal:

 

Fato é que, seguindo ou não a carreira de ator, não muda o fato de que ele interpretou o melhor Príncipe Escamado (na minha opinião) e deu um show de atuação, mesmo dizendo não ser experiente. Obrigado Rafael por ter feito nossa infância mais feliz. 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Sitio do Picapau Amarelo 1977

Falar da primeira versão do Sitio do Picapau Amarelo da Rede Globo é mexer com a nostalgia de milhares de pessoas que tiveram o tempo mágico que o Sitio esteve no ar. Vem comigo e descubra curiosidades sobre essa temporada maravilhosa que tanto agrada aos fãs. 

 Texto: Luis Henrique



Quem deu a ideia de adaptar o Sítio mais uma vez para a TV foi Geraldo Casé, grande diretor. Muitos não sabem, mas o a atração foi pensando primeiramente como uma novela para crianças (ninguém imaginou que fosse durar tanto), mas que tivesse entretenimento, a cultura brasileira e material didático. Com um orçamento de mais ou menos 8 milhões de cruzeiros (ainda se dizia cruzeiros na época),  sendo uma parceria com a TVE e com tecnologias avançadas para a época, assim nasceu o Sitio do Picapau Amarelo da Rede Globo. 

A ideia era ir mais longe que apenas fazer uma adaptação, e foi isso que Casé fez, alias não foi uma tarefa fácil recriar todo um ambiente do mundo fantástico de Monteiro Lobato. Por exemplo, a casa localizada na ilha de Guaratiba, na Estrada Burle Marx (que ainda existe!) foi pensada nos mínimos detalhes. 




O Sitio de 1977 se divide em duas fases, a primeira era a novela e a segunda quando virou um seriado de episódios. O que muitos nem imaginam é que o Sítio não estava indo com tanto sucesso assim, na verdade teve baixa audiência. O motivo era um núcleo da historia que era mais sem pé e sem cabeça. O autor desse núcleo foi afastado e ai sim vem o sucesso com o Sitio passando de novela a formato de episódios. 

O primeiro episódio da segunda fase marca a chegada da Cuca no elenco fixo, interpretada por Dorinha Duval, que já havia trabalhado no Sítio mas como empregada do Coronel Teodorico, a Luzia. Quando o Geraldo Casé me perguntou se aceitava fazer a Cuca, um personagem de uma tremenda mascara e que a Dorinha Durval não seria reconhecida, concordei imediatamente. Sempre quis viver uma feiticeira. Disse Dorinha para uma entrevista na época.



Os bonecos

A principio os bonecos foram encomendados dos Estados Unidos, quer dizer, a importação do material para a confecção dos bonecos, foram eles o Quindim (o qual precisava de dois homens para no seu interior para fazer os movimentos), o Rabicó, o Doutor Caramujo, Major Agarra e Não Larga Mais, dentre outros. O que muitos não sabiam é os bonecos seguintes passaram a serem produzidos pelos próprios brasileiros: Rui de Oliveira, foi quem criou os bonecos e Eloy Machado que foi quem fez a execução, e que confeccionou os bonecos da Cuca Legal, O João Faz de Conta,o Gato Fuzuê e o Jabuti.

Os bonecos se tornaram um complemento legal para a trama, permanecendo viva na memória afetiva de muitos, dando aquele ar de colorido e de magia. Um ano depois, Rabicó deixava de ser um boneco e passava a ser gente (graças a um faz de conta da Emilia), já Quindim não deu as caras por um bom tempo no Sítio, mas isso é assunto para outro post.



Locações 

A casa alugada para a trama se localiza na Ilha de Guaratiba, estrada Burle Max. Foram construidos, currais, jardim, galinheiro, enfim, todos esses complementos para deixar o Sitio o mais próximo dos livros. Era na casa (tão famosa) que algumas internas eram gravadas, tais como a sala, a cozinha (que pasmem, ainda tem os pisos da epoca!), e claro a externas no lado de fora da casa também. Uma curiosidade, é que a Zilka, que interpretava a Dona Benta não gostava de sitio, e ela e a Vaca Mocha eram muito apegadas.

Ao lado do terreno da casa foi construido a cidade cenográfica,o Arraial dos Tucanos (mais tarde o mesmo aconteceria com o Sitio dos anos 2000), onde ficava a venda do Seu Elias, a Farmácia, dentre outros. 

As cenas ambientadas na floresta eram filmadas na Floresta da Tijuca, Pedra de Guaratiba, e Barra de Guaratiba. Já as cenas gravadas na praia, eram gravadas na Praia de Grumari.
As outras cenas eram gravadas no estúdio Cinédia. 



Episodios

Bom, os episódios começaram com o Piloto chamado O Picapau Amarelo, mas como o formato novela não deu certo, o programa passou a ter o formato de episódios e os que foram exibidos são: A Cuca Vai Pegar, João Faz de Conta, O Anjinho da Asa Quebrada, Peninha, o Menino Invisível e O Pássaro Roca. 

  
Espero que tenham gostado, esse foi um apanhado da temporada de 1977 do Sitio do Picapau Amarelo, tão querida entre os fãs. Fiz questão de fazer uma pesquisa para falar especialmente dessa temporada, e quem sabe não falar também de 1978? Fiquem atentos.



terça-feira, 7 de abril de 2020

Tudo sobre o personagem Conselheiro

O personagem Conselheiro, conhecido também como Burro falante teve sua origem ainda no livro Reinações de Narizinho. A primeira aparição do personagem é na historia Pena de Papagaio,  se passa em uma fábula. 

Texto: Luis Henrique



O leão reúne todos os bichos para resolver a peste que rondava o reino. O leão consultou o macaco barbas brancas (no livro descrito como sabido que por si só) que revelou que a peste é castigo dos céus, e que o remédio seria a o sacrifício de um deles. O macaco sugere que o sacrificado seja o mais carregado de crimes. O leão se lembrou - se do quão cruel havia sido nesses tempo e para se fazer de bonzinho se dispõe para ser o sacrificado, mas claro, ele sabia que nenhum animal teria coragem de concordar com ele. A Raposa viu uma oportunidade de bajular o rei e disse ser bobagem, chegando a comparar o Leão com o santo (santa bajulação!), ai em seguida se levanta o tigre e a raposa faz o mesmo discurso, e a cena se repetiu com todos presentes, e todos viraram santos. 

Até que chegou a vez do Burro e ele declarou que não merecia ser sacrificado, pois nada havia feito na vida além de espantar moscas com o rabo. Nem coices ele revela dar, por causa de uma inchação nos pés muito dolorosa. Eis que a raposa diz que o Burro é o grande criminoso (oi?) . Bom, fato é que logo depois Peninha (o menino invisível) cria um plano para salvar o Burro e fugiram montanha abaixo.



Alias logo depois, o Burro foi bastante útil salvando a vida das crianças no segmento do livro, e as crianças acabaram levando o Burro Falante junto deles.

Terminada a aventura no país das Fabulas, o Burro Falante ganha um capitulo com o seu nome, com direito a detalhes de como eles se acomodou no Sítio. Assim que voltaram de viagem e Dona Benta e Tia Nastacia foram recebe-los, Dona Benta estranho e quis saber de quem era o animal, e Pedrinho já responde É NOSSO, contando que haviam salvado ele das garras do tigre. Narizinho logo a conta que se trata de um Burro falante, mas quem não gostou muito da historia foi Tia Nastacia que abriu a boca a ponto de caber uma laranja.


Mas a situação não durou, logo mais Nastacia foi perdendo o medo e já haviam virado grandes amigos. Além de o alimentar, ela  batia longas prosas junto dele. 

Até aqui nós conseguimos entender de onde o Burro veio correto? Mas e sua origem? é isso que nós vamos te contar agora, e garanto que é bastante curioso.

No livro A Chave do Tamanho, é revelado que o Conselheiro havia nascido na fazenda do Coronel Teodorico e pertencido ao mesmo e ainda revelando que havia lhe montado varias vezes.

As adaptações para TV: 
Nos anos 70 o Burro Falante era interpretado por um Burro de verdade (diferente dos demais personagens tais como Quindin e Rabico que eram bonecos), e era dublado pelo global José Mayer.  Já em 2001, com o retorno do seriado, o personagem voltou só que dessa vez sendo um boneco controlado por um controle remoto. Em 2006 o personagem passou a ser um boneco passou a andar de quatro patas, e continuou sendo dublado pelo Zé Clayton. Já em 2007 ele voltou a ser um Burro de verdade.


Bom, eu espero que tenham gostado dessa minha resenha, foi feita com muito carinho e pesquisa. Agradecimentos ao João Pedro (por informações e pelo desenho). 

 

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Entrevista com RENATA GHELLI, A Cecéu do Sitio

 O Central do Picapau (Lucas) conseguiu uma entrevista exclusiva com a Renata Ghelli, a Ceceu das temporadas de 2004 e 2005. Ela respondeu atenciosamente todas as perguntas. Obrigado ao meu amigo Lucas, que vem ajudando a gente e é quase um membro do Memórias já! Fiquem agora com a belíssima entrevista.



Como foi trabalhar com as crianças? Foi seu primeiro trabalho com elas? 

 Eu amo trabalhar com crianças, então não foi um processo difícil. Aprendi E aprendo muito com elas até hoje. Na verdade eu já tinha experiência com crianças, mas na função de professora, dou aula de interpretação pra câmera pra crianças e adolescentes a muitos anos.
 

Sua relação com os demais atores era boa? Com quem você tinha mais afeto? 

Minha relação com o elenco era maravilhosa, tinha uma sintonia incrível com todos eles, era uma união muito linda. Acho que o afeto era igual com todos, mas eu, Dona Lupe e Nathalia Lima Verde tínhamos uma ligação muito especial, o companheirismo era enorme entre a gente, considerava minha segunda família.
 

Como foi trabalhar com Lupe Gigliotti e Nathália Limaverde? (Dona Joaninha e Tetéia)

Olha a Cecéu já tinha sido um grande presente pra mim. E ter Dona Lupe e Nathalia junto comigo foi de uma felicidade enorme. Dona Lupe sempre com a sua doçura e disponibilidade em querer ajudar, que escola pra mim, que saudade dela, que vontade de viver tudo aquilo de novo. A Nathalia virou a minha irmãzinha do coração, amo!!!
 

Qual cena você mais gostou de gravar? E com quem?
 

Uma cena que me deixou emocionada foi quando a Cecéu decidiu estudar, essa cena foi gravada com a Yasmin Gazal, que fazia a professora. Cecéu com toda sua força de vontade tenta mudar sua vida pra melhor e resolve começar a estudar e na hora que ela se deparou com o primeiro obstáculo que era não saber ler e escrever me deu muita pena, mas ela não desistiu e seguiu com o seu sonho.
 

Você fez teste pra Cecéu mesmo ou queria fazer outro papel?
 

O teste foi somente pra Cecéu e eu não poderia ter ficado mais feliz!!!!
 

 Se fosse fazer outro papel, qual seria?

AMO a Cuca!!!!!
 

Você mantém contato com alguém do elenco até hoje?
Sim, mantenho contato com bastante gente do elenco até hoje. Com as redes sociais esse processo facilita bastante.

Você já leu algum livro de Monteiro Lobato?


 Lógico!!! Li Reinações e Narizinho, A Chave do Tamanho e Memórias da Emília.
 

Com quem você mais gostou de dividir elenco? Quem que você sempre quis conhecer?

Foi maravilhoso trabalhar com todos do elenco, mas estar em uma mesma cena com Ary Fontoura, Lupe Gigliotti, Nicete Bruno e Duh Moraes foi a realização e um sonho!!!!! Aprendia todos os dias com eles, que sorte a minha!!!!
 

Depois do Sítio, que outros trabalhos você fez?

Fiz algumas novelas antes e depois do Sítio do Picapau Amarelo. Hoje em dia trabalho atrás das câmeras, faço preparação de elenco, de artistas na área musical e também dou aulas de interpretação para Tv em uma escola de artes chamada CN Artes que é da diretora Cininha de Paula, que foi diretora do Sítio.

Pergunta do Memórias do Picapau Amarelo:
 

De todos os momentos fazendo o Sítio, tem algum que te marcou especialmente? 

Foi o último episódio da temporada que eu fiz, onde a Cecéu abre mão e casar com um grande amor pra ir em busca do seu sonho que era se alfabetizar.